"Preciso arrancar para fora de mim essa ansiedade, que me faz sorrir pelas manhãs e mata um pedaço de mim quando a lua brilha." - Hadil Almeida

 Essa madrugada! Merda! Foi a pior que eu já tive em muito, muito tempo. Quis acabar com a minha dor, minha profunda melancolia, dar um fim no amontoado de fracasso que são as minhas metas, quis executar o adulto fracassado que me tornei e encerrar com o capítulo da história da minha vida. Porém, até para dar fim a minha vida fracassei, fui covarde e não tive coragem, apenas quis que magicamente acontecesse e eu sumisse desse mundo. A essa altura, eu já devia estar habituado, apenas somei mais um fracasso à lista.

 

Beirando a madrugada, enquanto eu escrevia uma mensagem à mulher que me pôs ao mundo, eu chorava. Perguntando à ela por que me colocou nesse mundo! Lamentando por não ser o orgulho dela. Eu estou exausto, psicologicamente e emocionalmente. Cansado de sorrir sem achar graça; de fazer rir enquanto não sou feliz; cansado de estar cansado e me ver como um fardo ambulante que a cada ano soma mais uma risonha primavera, mas não vivo nada de risonho nas primaveras.

 

A última vez que realmente fui feliz...foi lendo as palavras da minha mãe em uma mensagem, por ela ter parabenizado por algum feito meu. Gostaria de sempre sentir aquela sensação, apenas por viver. Mas enfim, cá estou eu. Morrendo por dentro, lutando a cada dia em busca do melhor de mim. Porém, quanto mais eu busco minha melhor versão mais aversão sinto do fardo humano que me tornei.

 

Preciso arrancar para fora de mim essa ansiedade, que me faz sorrir pelas manhãs e mata um pedaço de mim quando a lua brilha. Preciso...de alguma coisa que me dê motivos para continuar, Deus, uma droga, uma pessoa, preciso de algo e novas razões para viver. Preciso de algum tipo de céu, que me cubra dos raios solares dos problemas e que o mesmo céu irradie o arco-íris na escuridão da minha vida. Sou covarde demais para morrer, então acordei, e decidi viver mais uma vez.

 

Por: Hadil Almeida

 

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