Porra! Pois é. É desse jeito que esse discurso merece começar. Porque é isso que a vida é de vez em quando, ou se resume ao fim de tudo, uma injusta e simples porra.
Olha em tua volta, e pergunte pra si mesmo. O que tens feito para fazer feliz quem verdadeiramente amas? Tens vivido a base dos que outras pessoas desejam pra ti ou pelo que realmente sentes? Estás ao lado das pessoas que amas ou das que têm te feito superficialmente feliz agora? Tens sonhos ou limitações duma vida confortável? Já tornaste alguém o amor da tua vida ou estás a espera de alguém enviado pelos anjos? Tens em quem confiar ou apenas pessoas que te acompanham? E por fim, estás pronto para morrer? ou ver alguém que amas partir?
Pois é, para a penúltima pergunta só uma minoria afirmaria estar pronta, e, para a última pergunta, bem, ninguém nunca realmente está, mesmo quando a morte buzina antes de arrombar a porta de vida de alguém.
O que tens feito que valerá a pena para seres lembrado? Essa é uma pergunta retórica. Faça primeiro e só depois conte.
Um lembrete que, ao amanhecer até a melhor festa do mundo acaba; a conclusão da vida académica é uma necessidade inerente da sociedade moderna que ainda se disfarça de um sonho; se trabalhas sem paixão pelo ofício e apenas pelo dinheiro, és um cão atrelado; sorte na criminalidade termina a sete palmos da terra ou num zoológico humano; e, todo prazer ou afeição por alguma coisa ou pessoa, que não está intrinsecamente ligado a nossa prosperidade, é uma perda de tempo tremenda.
Milhares de homens e mulheres nasceram e morreram, porém, tu ainda estás aqui, nesse meio tempo, nesse ponto intermédio entre nascer e morrer, lendo minhas palavras no conforto de algum lugar e de barriga cheia, a partir de uma tela dum aparelho que vez sim sim tem utilidade, vez sim serve para ostentação. Se assim for, tens tudo para não teres uma passagem insignificante por essa Terra.
O que tens feito que valerá a pena para seres lembrado?
Pois é. É desse jeito que esse discurso merece terminar. Porque é isso que a vida é de vez em quando, ou se resume ao fim de tudo, uma injusta e simples porra.
Por: Hadil Almeida
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